dilluns, 22 de març del 2010

Tony de Matos


No tenia molta discografia d'aquest cançonetista i també fadista que era -que és- en Tony de Matos, però aquest "detall" ha estat resolt pel meu amic Antón des de l'altre costat de l'Atlàntic, per la qual cosa li'n dono les gràcies.
Hem escoltat altres vegades en aquest blog creacions d'en Tony de Matos en boca d'altres fadistes, i ens mancava sentir-lo a ell.
Era, com dèiem, un magnífic cançonetista, però l'ànima fadista no li mancava. Va tenir fins i tot, una casa de fados a Rio de Janeiro, on la fadista Adélia Pedrosa va començar professionalment.
Escoltar Tony de Matos és una delícia, per la seva veu, potent i ben timbrada, i melòdica, però també amb sentiment, i és per això per aquesta extraodinària ànima fadista que "o Fado acontece" quan ell canta.
Com diu el poema d'Artur Ribeiro

Nem sempre acontece Fado no cantar estilizado que sai de cada garganta... E, às vezes nada acontece porque quem canta se esquece de dar sentido ao que canta. ... mas, se acontece o contrário ... então acontece Fado e cada verso cantado fica transformado em vida.

Del seu CD Fados és difícil escollir-ne un, però ens hem decantat per un clàssic, un fado musicat "Lisboa à noite" que ens retrata la Lisboa que viu la nit fins fer-se dia. Aquesta Lisboa fadista que tan enyorem, de la qual tenim tantes saudades


Lisboa á noite
Fernando Santos / Carlos Dias
Repertório de Fernanda Maria

Lisboa adormeceu, já se acenderam
Mil velas, nos altares das colinas
Guitarras pouco a pouco emudeceram
Cerraram-se as janelas pequeninas

Lisboa dorme um sono repousado
Nos braços voluptuosos do seu Tejo
Cobriu a colcha azul do céu estrelado
E a brisa veio a medo, dar-lhe um beijo

Lisboa... andou de lado em lado
Foi ver uma toirada, depois bailou, bebeu
Lisboa... ouviu cantar o fado
Rompia a madrugada quando ela adormeceu

Lisboa não parou a noite inteira
Boémia, estouvada, mas bairrista
Foi á sardinha assada lá na feira
E á segunda sessão duma revista

Dali, p'ro Bairro Alto, enfim galgou
No céu, a lua cheia refulgia
Ouviu cantar o fado, e então sonhou
Que era a saudade aquela voz que ouvia.

(lletra extreta del blog fadosdofado)